"De repente, tudo ficou escuro...
***
Apenas alguns buracos de traças me permitiam ver um resquício de mundo. A cada respiração, o ar aquecido e úmido me sufocava mais um pouco. E eu sabia que cada passo era um passo a menos. Que cada respiração me aproximava do fim.
Eu estava ali pra ser morto. Morto por um crime que realmente cometi. Mas eu não entendia porque tantas outras pessoas estavam ali naquele mesmo momento. Teríamos algum encontro marcado? Por que tantas pessoas deixaram de cuidar de suas casas, suas plantações, de seu mercado, pra ver a vida de alguém sendo extinta?
Haveria nisso alguma compaixão? Haveria a sensação de imaginar como seria estar no lugar de um condenado? Haveria apenas uma curiosidade meio doentia?
(...)
Por quê não fazê-lo em reservado, simplesmente fazê-lo? Por quê não fazê-lo do mesmo modo que eu cometi meu crime, sutilmente, dissimuladamente, só interessando o resultado, sem testemunhas, apenas vítima e algoz?"
(...)
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
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Bom dia1
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